Estudo conduzido pelo doutorando em Ciência Animal, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Augusto Leandro de Sousa Silva, revelou cinco novas espécies de parasitos de peixes Siluriformes conhecidos popularmente como bagre.
O estudo, que representa uma descoberta significativa na área da parasitologia, é orientado pelas professoras Andréa Costa, do programa de pós-graduação em Ciência Animal, da Uema, e a professora Márcia Justo do Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes do Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, Rio de Janeiro.
O trabalho, que tem apoio do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
“É uma pesquisa que escreve espécies de parasitos ainda não conhecidos pela ciência, a partir de coletas feitas no Maranhão e no Acre. Através de levantamentos de literaturas científicas, foi possível constatar que são poucos os trabalhos que tratam da temática sobre parasitologia de peixes no estado. Por essa razão, decidimos investigar a biodiversidade parasitária que acomete peixes de importância econômica na ilha de São Luís”, explica o pesquisador, Augusto Leandro de Sousa Silva, que é formado em Engenharia de Pesca.
Espécies desconhecidas
As cinco novas espécies de Cosmetocleithrum eram desconhecidas pela comunidade científica. Estes parasitos foram descritos considerando aspectos morfológicos não encontrados em nenhuma outra espécie do gênero Cosmetocleithrum, fato que caracterizou tratar-se de novas espécies.
A espécie Cosmetocleithrum ludovicense foi nomeada em homenagem às pessoas nativas da Ilha de São Luís.
A pesquisa também revelou novas informações sobre aspectos morfológicos e de distribuição geográfica de espécies já conhecidas, contribuindo para entender esses parasitos, em diferentes regiões biogeográficas.
A descoberta destaca a riqueza da biodiversidade aquática na Região Neotropical, ressaltando a importância de estudos parasitológicos para compreender e preservar ecossistemas aquáticos, avalia o pesquisador. Em sua avaliação, os resultados deste trabalho ampliam o conhecimento científico sobre parasitos de peixes e têm implicações para a conservação da vida aquática e a manutenção do equilíbrio ecológico.
A pesquisa teve como objetivo principal descrever novas espécies de parasitos da classe Monogenea, identificadas durante o trabalho e ampliar a compreensão da distribuição geográfica das espécies já conhecidas na Região Neotropical, especialmente no Brasil.
Os parasitos descritos no artigo não têm potencial zoonótico, ou seja, não causam riscos à saúde humana, no entanto, podem causar grandes perdas econômicas quando acometem principalmente peixes de sistemas de cultivo, uma vez que quando em grandes infestações podem levar o peixe à morte.
Ampliação dos estudos
O estudo será ampliado para outras regiões do Maranhão, e conta com equipe formada por pesquisadores do Laboratório de Parasitologia e Doenças Parasitárias dos Animais, da Uema; e do Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes, do Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, no Rio de Janeiro.