Janeiro Roxo: novas estratégias vão reforçar o diagnóstico precoce e tratamento da hanseníase

A campanha Janeiro Roxo é direcionada para alertar, sensibilizar, prevenir e combater a hanseníase. Nesta terça-feira (16), representantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES), da Sociedade Brasileira de Hansenologia, gestores e profissionais de saúde dialogaram durante evento on-line sobre estratégias para enfrentar a doença e reforçar o tratamento e o diagnóstico precoce.

O Maranhão registrou 2.274 casos de hanseníase em 2023, sendo 168 casos na faixa etária menor de 15 anos. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A secretária adjunta de Atenção Primária e Vigilância em Saúde da SES, Deborah Campos, destacou os objetivos da campanha Janeiro Roxo.

“Enquanto Governo, a campanha Janeiro Roxo tem como objetivo traçar novas possibilidades aos municípios no enfrentamento à doença, como por exemplo, o lançamento do nosso Questionário de Suspeição da Hanseníase, e a cartilha com foco no tratamento. Estamos chamando e convidando a Atenção Primária a fazer parte desse movimento de busca ativa para que a gente possa diagnosticar e tratar essas pessoas”, disse.

Para o diálogo foram mobilizados profissionais de saúde, gestores, instituições públicas e privadas, sociedade civil e terceiro setor, além do presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia, Marcos Andrey Frade, que apontou novas iniciativas para o diagnóstico precoce da doença.

A hanseníase é uma doença é uma nemopatia sensitivo – motora e autônoma, sendo considerada uma mononeurapatia múltipla assimétrica e focal, que pode apresentar formigamentos, dores nos nervos, entre outros sinais e sintomas. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia, Marcos Andrey Frade, esses sintomas chegam antes das manchas.

“Nós não podemos considerar manchas de pele como o principal sintoma, na verdade, sabemos que ele não chega a 30% dos casos. Por isso, o Questionário de Suspeição da Hanseníase aponta outras condições, antes das manchas aparecerem. Quanto mais precoce o diagnóstico melhor, já que o contato com a pessoa infectada aumenta em oito vezes a chance de transmissão”, explicou Marcos Andrey.

Mesmo sendo uma doença crônica infecciosa e transmissível, a hanseníase é curável com tratamento completo e gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS). Se detectada precocemente, a pessoa acometida pode sair sem sequelas incapacitantes, podendo assim levar uma vida normal, saudável e sem risco de transmissão. O tratamento pode durar até dois anos. As pessoas podem buscar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do seu município para diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos casos.

Caso haja necessidade de reavaliação de conduta terapêutica e/ou casos graves, os pacientes podem ser referenciados para as unidades da rede estadual: o Hospital Genésio Rego e Hospital Aquiles Lisboa.

A atividade on-line contou com a presença profissionais da saúde, técnicos, gestores, e da superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da SES, Dalila Santos, da coordenadora estadual do Programa de Controle da Hanseníase e Tuberculose da SES, Mágela Conceição Gonçalves Oliveira Santos e a coordenadora do programa Farmácia Viva da SES, Kallyne Bezerra.

Janeiro Roxo

Durante a programação da campanha Janeiro Roxo, a SES irá promover, por exemplo, a aplicação do Questionário de Suspeição da Hanseníase (QSH), palestras, além de atendimento dos casos sintomáticos dermatoneurológicos, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. E ainda, o fortalecimento das ações básicas vigilância da hanseníase nos 10 municípios do estado com maior número de casos notificados da doença e a aplicação do questionário, estímulo a realização do teste rápido nos contatos registrados de hanseníase, webinar com as Unidades Regionais de Saúde, articulação com o programa Saúde na Escola, entre outros.