* Carlos Brandão
Nossa busca por possibilidades de desenvolvimento para o Maranhão tem sido incansável. É um dos pilares de nosso governo. Afinal, com um estado que oferece tantas condições, não podemos apenas aguardar as coisas acontecerem. Há poucos dias, estivemos no Panamá, na América Central – entre a Costa Rica e a Colômbia -, para conhecer de perto o Canal do Panamá, uma das obras de engenharia mais significativas do século XX, que desempenha um papel fundamental no comércio internacional.
Inaugurado em 1914, o canal conecta o Oceano Atlântico ao Pacífico, em uma travessia que economiza aproximadamente 13.000 km de viagem em comparação com a rota pelo Cabo Horn, na América do Sul. Isso se traduz em menores custos de combustível e tempos de entrega mais rápidos.
Essa redução é vital para o comércio global, pois permite o trânsito rápido e eficiente de mercadorias, influenciando diretamente os custos e a competitividade no mercado internacional. E é exatamente aí que queremos inserir o Maranhão, por meio do nosso Porto do Itaqui, um dos quatro maiores portos públicos brasileiros em movimentação de cargas, que tem a oportunidade de acessar novos mercados de commodities na Costa do Pacífico e na Ásia.
Com seus nove berços de atracação, a possibilidade de receber navios de grandes calados e localização estratégica, o Itaqui torna-se uma opção mais que viável a navios que utilizam uma das 140 rotas do Canal do Panamá. A inclusão do nosso porto nesse trajeto pode significar uma economia de seis dias no transporte realizado por empresas que operam pelo canal. É um ganho que atrai. Além disso, o Itaqui pode voltar a trabalhar com contêineres e tornar-se um hub de distribuição, já que tem a capacidade de interligar cerca de doze estados brasileiros no escoamento de cargas.
Fomos muito bem recebidos pelas autoridades panamenhas, apresentamos a força de nosso estado e acreditamos que caminhamos para uma solução que traga muita geração de emprego e renda para a nossa gente. Afinal, a assinatura de um acordo de cooperação entre o Canal do Panamá e o Porto do Itaqui traria várias vantagens significativas, especialmente para investidores que operam no Brasil.
Com uma conexão direta ao Canal do Panamá, o Porto do Itaqui seria um hub estratégico para exportações e importações, facilitando o acesso a mercados asiáticos e norte-americanos, beneficiando especialmente os setores do agronegócio, mineração e manufatura.
Tudo isso geraria benefícios diretos para a região Norte do Brasil, promovendo o desenvolvimento econômico e a criação de empregos. A infraestrutura portuária aprimorada também pode estimular outras áreas da economia, como transporte, logística e serviços.
A viagem foi realmente muito proveitosa. Até porque nesse mesmo período, durante a 64ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Assunção, no Paraguai, o presidente Lula defendeu uma maior aproximação entre o Brasil e o Panamá, no encontro com o presidente panamenho José Raúl Mulino. Assim, o Maranhão sai na frente e já inicia conversas em favor de uma parceria que impulsione nossa economia.
Temos um grande equipamento, que orgulha o maranhense. O Porto do Itaqui bate sucessivos recordes de movimentação de cargas; tem uma gestão considerada nota dez pelo Ministério dos Portos, e também o melhor desempenho ambiental do país entre os portos públicos.
Além disso, a capacidade de seu corpo técnico permite que nele estejam os dois berços públicos de grãos mais produtivos do país. Até ele chegam três ferrovias, e por ele passa grande parte do combustível que abastece o Nordeste.
Então, conseguimos enxergar que a união entre o Porto do Itaqui e o Canal do Panamá trará muitas vantagens para ambos na eficiência logística e redução de custos; no acesso facilitado aos mercados globais; na atração de investimentos e, essencialmente, no desenvolvimento regional.
Estamos trabalhando muito, fomentando parcerias, sempre pensando na geração de emprego e renda que podemos fazer chegar aos maranhenses. O Maranhão do futuro se constrói a cada dia.
* Governador do Maranhão