Com foco na construção conjunta de uma ‘Nova Economia Florestal’, a capital do estado do Acre, Rio Branco, sediou até esta sexta-feira, 23, a 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force). O governador do Maranhão, Carlos Brandão, participou da programação de encerramento do evento, que começou na última segunda-feira, 19, no Teatro e Centro de Convenções da Universidade Federal do Acre (UFAC).

O evento teve a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Brasil, Marina Silva.

Ao longo da semana, o encontro reuniu líderes de 43 estados subnacionais e províncias de 11 países responsáveis por mais de um terço das florestas tropicais do planeta. Com o tema “Construindo a Nova Economia Florestal: Conectando Governos, Povos e Oportunidades”, a reunião teve como objetivos a proteção de florestas tropicais intactas, a restauração de terras degradadas e a criação de empregos e oportunidades econômicas para comunidades tradicionais.

Além dos governadores, a 15ª Reunião GCF Task Force contou com a participação de lideranças indígenas, cientistas e representantes de organizações civis e do setor privado para debater estratégias globais de proteção das florestas e mitigação das mudanças climáticas.

Carlos Brandão participou nesta sexta-feira do painel “Perspectivas dos governadores: perspectivas da Amazônia Brasileira e Boliviana” e teve como palestrantes principais nomes como Tereza Campello, diretora de Sustentabilidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil (BNDES).

“Tivemos aqui várias autoridades da região amazônica, não só do Brasil, mas também do Peru, Bolívia, Colômbia e vários governadores dessa região, com a presença da ministra Marina Silva, onde apresentamos o que estamos fazendo no Maranhão e como precisamos melhorar para preservar a floresta, a sustentabilidade. Tudo isso para garantir espaço às comunidades originárias, comunidades tradicionais”, detalhou o governador Carlos Brandão.

Maranhão, sustentabilidade e Redd+

O Maranhão também foi representado na reunião pelo secretário de Estado do Meio Ambiente (Sema), Pedro Chagas – que preside o Fórum de Secretários de Meio Ambiente da Amazônia Legal -, e por Cassiano Pereira, presidente da empresa estatal Maranhão Parcerias (Mapa). “Estamos trazendo as políticas públicas ambientais do Maranhão para o mundo. Apesar de ser um evento realizado no Brasil, é um evento mundial, então, a gente consegue levar todos os nossos sucessos da política ambiental, a gestão ambiental de forma eficiente, servindo de exemplo para o mundo, mas, também, fazendo com que a gente atraia investimento para melhorar ainda mais”, avaliou o titular da Sema, Pedro Chagas.

Já para Cassiano Pereira, presidente da Mapa, o encontro é uma oportunidade para revisar e compreender a “mensuração” do chamado crédito do carbono, prevista na estratégia nacional do REDD+ (sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal).

No Maranhão, cabe à Mapa a função de Agência de Mercado, Fomento e Gestão Financeira da Política da estratégia nacional do REDD+. Por meio de mecanismo como o REDD+, países são incentivados a manter suas florestas em pé e a receber dos países desenvolvidos um retorno financeiro pelos créditos de carbono gerados.

“A Mapa, por ser o agente financeiro do Redd++, a política que trata do crédito do carbono, está aqui para debater e entender como está feita a mensuração desses créditos, as novas tecnologias, a forma como está sendo aplicada em outros estados. Estamos aqui marcando presença para que a gente possa avançar cada vez mais nessa política ambiental e trazer mais recursos para as comunidades indígenas, quilombolas e para o desenvolvimento do estado”, detalhou o presidente da Mapa.

COP 30

A 15ª Reunião GCF Task Force antecede os debates sobre meio ambiente, previstos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro, em Belém, capital do estado do Pará. A COP30 é considerado um dos principais encontros do mundo sobre a pauta climática, reunirá autoridades internacionais, pesquisadores, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil.

“Preservar a floresta com sustentabilidade, garantindo a presença dessas pessoas na floresta, com renda. Esse é o grande debate que a gente tá discutindo hoje na reunião, e ao mesmo tempo, preparando uma proposta para a COP 30, que será em novembro. Não resta dúvida que será um grande momento, um marco para a história ambiental do mundo”, pontuou Carlos Brandão.