PF indicia Jair e Eduardo Bolsonaro em inquérito sobre sanções dos EUA

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e o filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Outro alvo da PF foi o pastor Silas Malafaia. Ele não foi indiciado, mas teve o celular e o passaporte apreendidos quando desembarcava no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, vindo de Lisboa.

Indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro

A PF concluiu as investigações sobre a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O governo dos Estados Unidos anunciou nos, últimos meses, uma série de ações contra o Brasil e autoridades brasileiras, como o tarifaço de 50% contra importações de produtos do país, uma investigação comercial contra o Pix e sanções financeiras contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, na Lei Magnitsky.

Trump e outros integrantes do atual governo dos EUA afirmam que Jair Bolsonaro é alvo de uma “caça às bruxas” e que o ministro Alexandre de Moraes age contra a liberdade de expressão e empresas americanas que administram redes sociais.

Nesse processo, o ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado por mandar recursos, via pix, para custear a estadia de seu filho no exterior, enquanto ele buscava sanções que visavam pressionar a justiça brasileira.

Julgamento da tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito

O ex-presidente Bolsonaro também é réu na ação penal da trama golpista no Supremo, cujo julgamento está marcado para 2 de setembro. Serão julgados neste dia os denunciados como integrantes do núcleo 1 na ação penal, apontados como líderes do conluio que, segundo a PF e a PGR, buscava reverter o resultado das eleições de 2022 e culminou nos atentados contra as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Pastor Silas Malafaia

O pastor Silas Malafaia é outro alvo da PF. Ele não foi indiciado, mas teve o celular e o passaporte apreendidos.

Malafaia enviou mensagens a Bolsonaro pedindo o disparo de vídeos com chamadas para que o conteúdo fosse compartilhado. Ele também solicitou que Bolsonaro mobilizasse deputados para postar vídeos em apoio a manifestações pró-anistia do ex-presidente.

A análise dos celulares de Bolsonaro também revelou que Malafaia atuava em linha com Jair e Eduardo Bolsonaro. Com base no relatório, o ministro Alexandre de Moraes autorizou uma operação de busca e apreensão contra Malafaia.

Em resposta, depois de prestar depoimento no Aeroporto do Galeão, Silas Malafaia atacou o ministro Alexandre Moraes: “Vai ter que me prender para me calar”.

(Foto/Divulgação/Capa): ministro do STF, Alexandre de Moraes