O aquecimento da temperatura do mar, causado pelas mudanças climáticas e o fenômeno El Niño, foi a causa da morte de milhares de sardinhas boca-torta que apareceram mortas, no último fim de semana, na orla de Raposa, município da Região Metropolitana de São Luís. A suspeita é levantada por meio de pesquisa da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
O estudo aponta que esse fenômeno da morte dos peixes é registrado desde 2009 e se repete a cada cinco anos.
A pesquisa sobre a mortandade das sardinhas começou há seis meses. Na época, os estudiosos ainda tinham esperança de encontrar uma solução para que os peixes não morressem este ano, o que não aconteceu.
“Quando a gente analisa os anos em que aconteceram as mortandades, a gente vê que é sempre em um período de altas de El Niño”, explica o chefe do Laboratório de Navegação e Investigação Pesqueira da UEMA, Kaio Lima. O El Niño é um fenômeno natural caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico na sua porção equatorial. Ocorre em intervalos irregulares de cinco a sete anos e tem duração média que varia entre um ano a um ano e meio, com início nos últimos meses do ano. O é responsável por alterar a distribuição de umidade e as temperaturas em várias áreas do planeta. No Brasil, ele ocasiona secas prolongas as regiões Norte e Nordeste e chuvas intensas e volumosas no Sul.
“O El Niño aquece a água e a água, quanto mais quente reduz a absorção do oxigênio, então temos menos oxigênio no ambiente gerando mortandade”, explica o pesquisador Kaio Lima.
Outras causas analisadas
Os especialistas chegaram a analisar outras possibilidades para morte das sardinhas como pesca irregular, poluição ou envenenamento ambiental, morte pós-reprodução ou até mesmo causa natural. Mas a pesquisa concluiu que nenhuma dessas hipóteses tinha relação com o fenômeno que, também, já foi registrado em outras praias da Grande Ilha, neste ano.