Brasil homenageia cartunista Jaguar, que morreu aos 93 anos

Artistas estão prestando homenagens ao cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, o Jaguar, que morreu, no domingo (24), no Rio de Janeiro.

Nas redes sociais, as homenagens lamentaram a morte do cartunista.

O chargista Arnaldo Angeli Filho escreveu que Jaguar foi o “maior” e é merecedor de todas as reverências pela arte que deixou. “Dono do traço mais rebelde do cartum brasileiro. Seguimos aqui com sua bênção”, disse.

A cartunista Laerte Coutinho, em postagem no X, referiu-se ao ídolo como “mestre querido”.

Outro cartunista, Allan Sieber lembrou que, quando mudou para o Rio de Janeiro, Jaguar chegou a editar o livro dele “Assim rasteja a humanidade”.

O chargista Genildo Ronchi destacou, também em postagem nas redes, que o mundo conhece a importância do legado do Jaguar.

Chico Caruso, em entrevista à TV Globo, considerou que a morte do artista é uma perda irreparável para o humor e para o Brasil.

 

Nota do hospital

Jaguar estava internado no Hospital Copa D´Or, no Rio de Janeiro.

Em nota, a assessoria de imprensa do hospital informou que o artista estava internado em razão de uma infecção respiratória, que evoluiu com complicações renais. “Nos últimos dias, estava sob cuidados paliativos. O hospital se solidariza com a família, amigos e fãs por essa irreparável perda para a cultura brasileira”, diz o documento.

Veja a nota:

“O Hospital Copa D’Or informa, com pesar, o falecimento do Sr. Sérgio de Magalhães Jaguaribe, conhecido como Jaguar, aos 93 anos, na tarde deste domingo. O paciente se encontrava internado em razão de uma infecção respiratória, que evoluiu com complicações renais. Nos últimos dias, estava sob cuidados paliativos. O hospital se solidariza com a família, amigos e fãs por essa irreparável perda para a cultura brasileira”.

 

Desenhista da Revista Pasquim

Jaguar começou a carreira, no ano de 1952, quando trabalhava no Banco do Brasil. Na ocasião, ele conseguiu publicar um desenho na coluna de humor Penúltima Hora no jornal Última Hora (RJ).

Depois passou a publicar charges seus trabalhos na página de humor da revista Manchete (RJ).

No início da década de 1960, passa a ser um dos principais cartunistas da revista Senhor, colaborando também na Revista Civilização Brasileira, na Revista da Semana, no semanário Pif-Paf e nos jornais Última Hora e Tribuna da Imprensa.

Lança sua primeira coleção em 1968: “Átila, você é bárbaro”.

Em 1969, ele funda o jornal O Pasquim com Tarso de Castro e Sérgio Cabral.

 

Perseguido pela Ditadura Militar

Durante a Ditadura Militar, jaguar lançou um de seus personagens mais conhecidos, o ratinho Sig, que foi mascote do jornal O Pasquim.

Ficou preso durante três meses, em 1970, tendo sido solto no réveillon.

Em 5 de abril de 2008, Jaguar e outros 20 jornalistas que foram perseguidos durante a Ditadura Miliar tiveram seus processos de anistia aprovados pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Ele e o cartunista Ziraldo receberam as maiores indenizações: 1 milhão de reais cada um.