Desemprego cai a 7,7% no terceiro trimestre, menor taxa desde 2015

A taxa de desemprego caiu para 7,7% no terceiro trimestre de 2023. É o menor nível desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, que registrou 7,5%. A variação negativa foi de -0,4 ponto percentual na comparação com os três meses anteriores

O número de desempregados caiu 3,8% no trimestre e chegou a 8,3 milhões de pessoas. Já o número de ocupados atingiu um patamar recorde desde que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) foi iniciada, em 2012: 99,8 milhões de pessoas trabalhando. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 31 de outubro, pelo IBGE.

“A queda na taxa de desocupação foi induzida pelo crescimento expressivo no número de pessoas trabalhando e pela retração de pessoas buscando trabalho no terceiro trimestre de 2023”, diz a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

Os dados divulgados pelo IBGE se unem aos divulgados ontem pelo Novo Caged, que mede o emprego com carteira assinada, que indicou que o país criou 1,59 milhão de empregos com carteira assinada em nove meses, e que setembro terminou com saldo de 211 mil novas vagas.

Evolução

Na comparação com o trimestre anterior, o número de ocupados cresceu 0,9%, o que representa 929 mil pessoas a mais no mercado de trabalho. A maior parte desse aumento no número de ocupados (587 mil pessoas) veio da categoria de empregados com carteira assinada no setor privado, que chegou a 37,4 milhões de trabalhadores. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 1,1 milhão de pessoas (3,0%).

Número de brasileiros trabalhando chegou a 99,8 milhões, maior quantidade já registrada desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012

39 milhões de informais

No trimestre, o mercado de trabalho absorveu 631 mil trabalhadores formais e 299 mil informais. A taxa de informalidade chegou a 39,1% do total, o que representa estabilidade frente ao trimestre encerrado em junho. Ao todo, foram estimados 39 milhões de trabalhadores informais no país.

Em relação aos setores econômicos analisados, o aumento mais significativo foi no setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,5%, ou mais 420 mil pessoas). As outras nove atividades ficaram estáveis na comparação com o trimestre móvel encerrado em junho.

Rendimento cresce

O rendimento médio real foi estimado em R$2.982, um crescimento de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho e de 4,2% frente ao mesmo período do ano passado. “Na comparação com o trimestre anterior, houve aumento no rendimento médio dos empregados com carteira no setor privado, empregados no setor público e trabalhadores por conta própria”, diz Adriana Beringuy.

Acompanhando o aumento do rendimento, a massa de rendimento atingiu o maior patamar da série histórica, ao ser estimada em R$ 293 bilhões. Frente aos três meses anteriores, o aumento foi de 2,7%. “Diante de uma expansão da população ocupada, temos como resultado o aumento da massa de rendimento real”, analisa a pesquisadora.