Empresários dos EUA e do Brasil criticam a taxa de 50% anunciada por Donald Trump

O tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, com sobretaxa de 50% a produtos brasileiros está sendo criticados, ao longo desta semana, por empresários dos dois países.

Nos EUA, duas grandes representações empresariais lançaram nota conjunta na qual advertem que as tarifas elevam custos para famílias e afeta empresas norte-americanas.

A nota foi assinada pela A U.S. Chamber of Commerce, a maior organização empresarial do mundo, representando empresas dos EUA de todos os portes; e a Amcham Brasil, maior Câmara Americana de Comércio entre as 117 existentes fora dos Estados Unidos.

“A tarifa proposta de 50% afetaria produtos essenciais às cadeias produtivas e aos consumidores norte-americanos, elevando os custos para as famílias e reduzindo a competitividade de setores produtivos estratégicos dos Estados Unidos”, avaliaram as duas entidades, por meio de nota.

As Câmaras de Comércio solicitaram aos governos dos Estados Unidos e do Brasil que se engajem em “negociações de alto nível a fim de evitar a implementação da tarifa de 50%”.

As entidades empresariais alertam que mais de 6.500 pequenas empresas nos Estados Unidos dependem de produtos importados do Brasil, enquanto 3.900 empresas norte-americanas têm investimentos naquele país.

“O Brasil está entre os dez principais mercados para exportações dos Estados Unidos e é destino, a cada ano, de cerca de US$ 60 bilhões em bens e serviços norte-americanos”, informara a nota.

De janeiro a junho deste ano, as exportações do Brasil para os Estados Unidos aumentaram 4,37% e dos Estados Unidos para o Brasil aumentaram 11,48%.

Negociações do Brasil

No Brasil, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin, está coordenando reuniões, nesta semana, com empresários dos setores industrial e agropecuário.

Ao lado de outros ministros e secretários, Alckmin recebeu informações sobre o panorama das áreas diante da decisão dos Estados Unidos de aumentar para 50% as tarifas de importação de produtos brasileiros.

Os empresários manifestaram confiança nas negociações conduzidas pelo governo federal e defenderam que não sejam adotadas medidas de retaliação. A produção industrial e a agropecuária já registram uma série de prejuízos.

Algumas associações chegaram a defender nesta terça-feira que o Brasil peça adiamento do início da vigência das novas tarifas, fixado em 1º de agosto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Alckmin destacou que a intenção do governo é avançar ao máximo dentro desse prazo e alcançar um acordo antes que o tarifaço se concretize.

Novos mercados

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, também participou da reunião com as lideranças do setor agropecuário. Ele lembrou que desde o primeiro dia do governo do presidente Lula uma as missões dadas é a ampliação dos mercados para a agropecuária brasileira.