Governo Federal e empresários reagem ao tarifaço dos EUA contra produtos do Brasil

O presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, nesta semana, que a tarifa de 50% a todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos da América (EUA) está sendo respondido com a Lei de Reciprocidade Econômica.

Em rede social, Lula disse que é falsa a alegação do presidente dos EUA, Donald Trump, de que a taxação seria aplicada em razão de déficit na balança comercial com o Brasil.

O fluxo comercial dos dois países tem um volume de cerca de US$ 80 bilhões por ano. Ao considerar a balança comercial (exportações menos importações), os EUA mantêm superávit de US$ 200 milhões com o Brasil.

Produtos afetados

Do total das exportações do Brasil, cerca de 15% vão para os Estados Unidos.

Entre os produtos do Brasil exportados para os EUA, e que serão afetados, estão petróleo bruto, minério de ferro, aço, máquinas, aeronaves e produtos agropecuários e os eletrônicos.

Entre as empresas mais atingidas estão a Embraer (aeronaves) e a Petrobras.

No setor de agronegócio, açúcar, café, suco de laranja e carne representam os principais itens da pauta brasileira aos norte-americanos.

Posição dos empresários  

A imposição de tarifas pelos EUA foi recebida com preocupação no setor empresarial do Brasil.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou não haver fato econômico que justifique a medida dos Estados Unidos. A entidade pede a intensificação das negociações para preservar a relação com um dos maiores parceiros comerciais do Brasil. O mais importante, agora, é intensificar as negociações e o diálogo” sugere o presidente da CNI, Ricardo Alban, em comunicado.

Para a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a medida de Trump tornará o custo da carne brasileira tão alto que inviabilizará a venda do produto para os Estados Unidos.

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) disse que recebeu com surpresa e indignação a informação sobre as tarifas. Para o presidente-executivo da entidade, José Augusto de Castro, não se trata de uma medida econômica, mas política com impacto econômico de grande lastro.

Frente Parlamentar da Agropecuária

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também manifestou preocupação sobre a decisão de Trump. Em nota, a frente destacou que a medida afeta o agronegócio brasileiro.

“Produz reflexos diretos com impactos no câmbio, no consequente aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras”, declarou a nota.