O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado no dia 11 de fevereiro, foi comemorado, no Maranhão, pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), com a vitória da jovem cientista maranhense, Isadora Abreu Leite, vencedora do Nordeste-Nordeste, na 6ª edição do prêmio Carolina Bori – Ciência & Mulher.
A premiação, promovida pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em São Paulo, destacou a excelência de pesquisas desenvolvidas no país e reforçou a importância do incentivo à participação feminina na ciência.
Com um recorde de 765 inscrições, a premiação deste ano contemplou seis jovens talentos da ciência brasileira, sendo três estudantes do ensino médio e três da graduação.
Pesquisa de Isadora Abreu
Estudante do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Isadora Abreu foi premiada na categoria Ensino Médio, com a pesquisa “Sementes da Maré: saberes e fazeres de marisqueiras da costa de manguezais de macromaré da Amazônia”.
O estudo, orientado pela professora Izabel Cristina da Silva Almeida Funo, que tem vários projetos apoiados pela Fapema, foi realizado no município de Raposa, no Maranhão, uma região onde a pesca artesanal de mariscos é uma atividade essencial para a economia local.
“Estou muito feliz e honrada por estar aqui hoje, recebendo um prêmio tão importante, de nível nacional, especialmente porque fui a única premiada do Norte e Nordeste. É uma grande alegria representar o Maranhão neste momento tão significativo, especialmente para as meninas cientistas. Esse prêmio é importante para dar visibilidade, tanto para a pesquisa, quanto para as mulheres na ciência. Além disso, demonstra a importância do apoio de instituições como a Fapema e do governo para impulsionar mais pesquisas como essa”, enfatizou Isadora Abreu.
A pesquisa analisou os saberes tradicionais das marisqueiras e sua percepção ambiental. Durante o estudo, foram entrevistadas 120 mulheres utilizando o método ‘bola de neve’, que permite identificar participantes por meio de indicações sucessivas. Um dos principais achados foi que apenas 3% das entrevistadas demonstraram compreensão sobre sustentabilidade. Apesar disso, algumas práticas sustentáveis são naturalmente adotadas por elas, como a liberação de mariscos pequenos para garantir a reprodução da espécie.
Impacto do prêmio
Criado em 2019, o prêmio Carolina Bori tem alternado anualmente entre as categorias “Mulheres Cientistas” e “Meninas na Ciência”. A edição de 2024/2025 reforça a importância de incentivar estudantes a ingressarem e permanecerem na carreira científica, promovendo maior inclusão e diversidade no setor. Na ocasião, foi lançada a obra ‘Carolina Bori-Psicologia, Educação e Política Científica’, de autoria de Gabriel Vieira Cândido, que conta a trajetória da homenageada da premiação. O livro tem o selo da SPBC e integra o conjunto de homenagem do centenário de nascimento de Carolina Bori.
A vice-presidente da SBPC e coordenadora do prêmio, Francilene Procópio Garcia, ressaltou que o apoio de uma instituição como a Fapema para o fortalecimento da iniciativa. “Este ano, tive a honra de coordenar o prêmio, no qual tivemos recorde de inscrições e de todas as regiões do país. A Fapema foi fundamental para o sucesso desta edição. Além do prêmio simbólico, a premiação em dinheiro é essencial para apoiar o desenvolvimento das carreiras científicas dessas meninas. Parabéns à maranhense Isadora Abreu e às instituições envolvidas, e que possamos continuar apoiando o desenvolvimento de mais meninas na ciência”, ressaltou.
O sucesso da premiação evidencia que incentivar meninas e mulheres na ciência é um caminho essencial para o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. A Fapema segue comprometida com essa missão, apoiando iniciativas que valorizam a pesquisa e a inovação, fortalecendo o papel da ciência como motor de transformação social.