Maranhão se despede da cantora e compositora Patativa

A cantora e compositora maranhense Patativa faleceu, na noite de terça-feira (6), aos 87 anos. As causas ainda são desconhecidas. Ela está sendo homenageada em diversos programas da Timbira FM durante esta quarta-feira (7). O Governo do Maranhão lançou Nota de Pesar.

Nas redes sociais, artistas, jornalistas, produtores culturais, gestores públicos e políticos prestaram homenagens para a artista.

Patativa morava com sua filha Wanda e a neta Santinha e bisnetos, na Vila Embratel, área do Itaqui-Bacanga.

Vida de artista

Maria do Socorro Silva, conhecida artisticamente como Patativa, nasceu em 05 de outubro de 1937, no município de Pedreiras.

Mudou para São Luís quando tinha 8 anos com o objetivo de estudar, passando a ser aluna semi-interna do Educandário Santo Antônio, situado no bairro Anil.

Em 1980, ela ingressou como componente da Turma do Quinto desfilando na ala das baianas, a convite do seu companheiro Vavá, amo do boi da Madre Deus e diretor de harmonia daquela escola de samba.

Por década, a cantora, compositora e militante cultural participou das atividades no bloco tradicional Fuzileiros da Fuzarca, grupo cultural localizado no bairro da Madre Deus.

Considerada uma das maiores artistas populares de São Luís, integrou a equipe fundadora da Companhia Barrica e, também, foi seguidora do Boi da Madre Deus.

Estreou na indústria fonográfica somente quando tinha 75 anos, com a música “Ninguém é Melhor do Que Eu”, lançado pela Saravá Discos.

Lançou dois álbuns: Ninguém é Melhor Que Eu (2015) e Sou de Pouca Fala (2019).

Durante sua vida, compôs centena de músicas, muitas das quais se perderam.

Apelido Patativa

O apelido Patativa, provém de uma história divertida ocorrida no período em que morava no bairro cultural da Madre Deus. Determinada noite em que se encontrava em um bar com seu amigo, chamado Justo Santeiro, os dois acabaram se desentendendo e ela o chamou de “amigo da onça”. Ele, então, retrucou e disse: “e você que parece uma patativa (pássaro), de tanto que fica cantarolando a toda hora”. Daí em diante todos a reconheciam apenas por esse apelido, e o que deveria ser uma ofensa, na verdade, foi um grande elogio que a cantora não imaginava que faria tanto sucesso.

Filmes

Ela deu origem ao documentário ‘Xiri meu’, do diretor Tairo Lisboa. O curta-metragem, um dos 10 selecionados pelo edital do projeto São Luís nos 4 Cantos, foi lançado em janeiro de 2014.

Patativa teve também participação no filme “Quilombos Maranhenses”, produzido em janeiro de 2004, pelo jornalista e cineasta Cláudio Farias.

NOTA DE PESAR (Governo do Maranhão)

Com profundo pesar, recebemos na noite desta terça-feira (6), a notícia do falecimento da sambista maranhense Maria do Socorro Silva, conhecida no meio artístico como Patativa. O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Comunicação Social (Secom), se solidariza com a família, amigos e fãs de Patativa nesse momento de imensa dor e perda para a cultura local.

A cantora nasceu em 5 de outubro de 1937, em Pedreiras, município localizado no Médio Mearim Maranhense, berço de outro grande nome da cultura maranhense – e amigo de Patativa -, o genial João do Vale.

Patativa migrou para São Luís ainda criança e ainda na juventude começou a se aventurar cantando em rodas de amigos e barzinhos. Mas somente em 2014, aos 77 anos de idade, ela teve a oportunidade de lançar seu primeiro álbum totalmente autoral, o antológico “Ninguém é melhor do que eu”, que conta com música homônima em uma de suas faixas.
O disco contou com produção do também maranhense Zeca Baleiro e participações especiais de outros grandes nomes da música nacional, como Zeca Pagodinho e Simone.

Em 2018, Patativa lança seu segundo CD, intitulado “Sou de Pouca Fala”, com 13 faixas que mesclam samba, ritmos regionais do Maranhão e letras que retratam com humor e descontração situações do cotidiano vividas pela própria Patativa.

Um ano depois, ela lança o clipe de animação da música “Sou de Pouca Fala”. Os desenhos retratam Patativa no samba na Fonte da Ribeira. O vídeo foi dirigido por Marcos Faria e mais uma vez contou com a parceria de Zeca Baleiro, que escreveu o roteiro inspirado em outro videoclipe de Patativa, da música “Quebrei Meu Tamborim”, que teve a direção de Tairo Lisboa.

Nos últimos anos, já com a idade avançada, a cantora deixou de se apresentar em shows para o tratamento da doença de Parkinson.