O Senado aprovou, nesta semana, a indicação do economista Gabriel Galípolo para ser presidente do Banco Central do Brasil entre 2025 e 2028. Galípolo foi aprovado por 66 votos favoráveis e 5 contra. A votação foi secreta. Ele deve assumir o posto em 1º de janeiro.
Atual diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Muricca Galípolo foi indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para substituir o atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.
Gaípolo já havia sido aprovado, por unanimidade, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), após quatro horas de sabatina.
Mercado financeiro
A indicação de Gabriel Galípolo foi bem recebida pelo mercado financeiro. Mas há um amplo entendimento de que existem muitos desafios à frente; e conquistar a confiança dos agentes econômicos não será um processo simples. Ele virou foco de atenção do mercado financeiro, mesmo afirmando que vai trabalhar pela estabilidade da moeda brasileira, sem falar na taxa Selic.
A taxa Selic está, atualmente, em 10,75% ao ano, valor alto e que é usado como referência por bancos e instituições financeiras para, por exemplo, balizar a oferta de crédito.
Quanto mais elevada a taxa, mais caro fica para pessoas e empresas tomarem crédito — o que diminui investimentos e o consumo das famílias. Em geral, esse ciclo se reflete na economia do país com uma atividade econômica mais fraca.
Quanto mais baixa a taxa, mais a economia se aquece, em um momento que o mercado de trabalho já está bastante preenchido e a inflação está próxima do teto da meta que o BC deve perseguir.
Os desafios da condução de Galípolo à frente do BC vão, portanto, muito além do controle da Selic. As decisões se refletem em dados de desemprego, inflação, PIB, dólar e, principalmente, inflação.