Mulheres negras inovam o cenário do empreendedorismo com salões voltados a cuidados para cabelos afro

Empreendedoras: Shirley Borges e Flávia Andrade

 

Por: Wemille Viana (jornalista)

 

As mulheres negras são as que mais sofrem com a falta de oportunidades de emprego em todo o Brasil. Pensando em superar e combater essa realidade, muitas delas criam o próprio negócio. Uma pesquisa de 2021 do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas aponta que 47% das mulheres que empreendem no Brasil são negras.

Em São Luís do Maranhão, um dos negócios que mais aumentaram nos últimos anos foram os salões de cabelo especialistas em cachos e cabelos crespos, além dos salões voltados apenas para tranças afro. Esses negócios têm aumentado o engajamento das mulheres negras de São Luís no área do empreendedorismo.

Mãe aos 17 anos, Flávia Andrade, viu no salão de cachos uma chance de mudar a sua realidade. Atualmente com 26 anos e especialista em cachos há 7 anos, Flávia possui mais de 30 mil seguidores em uma rede social e já possui um reconhecimento no ramo e uma agenda sempre cheia. Por dia ela pode chegar a atender 10 pessoas.

No livro “Quem tem medo do feminismo negro”, a filósofa Djamila Ribeiro, explica que, o fato das mulheres negras serem as mais afetadas com o preconceito se dá por conta de uma sociedade brasileira que é historicamente, machista e racista, onde atribuem estereótipos ao grupo.

Além de cuidados com os cabelos naturais, um outro ramo do empreendedorismo feminino que vem ganhando destaque em São Luís do Maranhão, são os salões de tranças. Shirley Borges, de 24 anos, fundadora da Trança Firme, é trancista há cinco anos e professora de um curso de tranças. Ela conta que no início muitas pessoas não acreditaram no seu trabalho.

 

A repórter produziu uma matéria que circulou na Rádio Timbira FM