Origem das bebidas alcoólicas contaminadas com metanol, em São Paulo, ainda não foi identificada

Os serviços investigativos de segurança pública do estado de São Paulo e federal ainda não descobriram a origem da fabricação das bebidas alcoólicas contaminadas com metanol e que mataram, até o momento, 2 pessoas nas cidades de São Paulo e São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo e mais um caso suspeito.

Até o momento, pelo menos 16 casos de intoxicação por bebidas possivelmente contaminadas com metanol estão sendo investigados em São Paulo. Duas mortes já foram confirmadas: um homem de 38 anos em São Bernardo do Campo e outro, de 54 anos, na capital.

O Centro de Investigação Toxicológica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) investiga se a morte de um terceiro homem, de 50 anos, tem relação com bebidas adulteradas.

Um força-tarefa das secretarias estaduais da Saúde (SES) e da Segurança Pública (SSP) de São Paulo apreendeu 117 garrafas de bebidas sem rótulo e sem comprovação de procedência, em três estabelecimentos nos bairros Jardim Paulista e Mooca, na cidade de São Paulo.

Os itens estão passando por perícia e devem ajudar nas investigações. A origem das garrafas contaminadas ainda não foi determinada.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública emitiu alertas sobre os casos recentes, reforçando a necessidade de atenção em bares e estabelecimentos, especialmente em bebidas como gin, uísque e vodca.

 

Metanol

Especialistas afirmam que os primeiros sintomas de quem ingeriu metanol podem se assemelhar a uma embriaguez comum, mas exigem atendimento imediato para evitar danos graves.

O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.

A Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia informou, em nota, que o consumo de metanol pode levar à neuropatia óptica, doença grave que causa perda de visão irreversível. Os sintomas de intoxicação, que aparecem entre 12 e 24 horas após a ingestão do metanol, costumam ser dor de cabeça, náuseas, dor abdominal, confusão mental, visão turva repentina ou até cegueira.

 

Balanço

De acordo com o governo do estado de São Paulo, desde junho deste ano, foram confirmados seis casos de intoxicação por metanol com suspeita de consumo de bebida adulterada.