Ainda segundo o pesquisador, existem atualmente 287 espécies de peixes de água doce no estado, conforme estudos realizados por institutos de pesquisas do Maranhão nas últimas décadas. Nesse momento da pesquisa pela Amazônia Maranhense, foram registradas 52 espécies em cerca de 700 gêneros que formarão os acervos de coleções científicas da Uema e da Ufma.
João Marcelo esclarece que, mesmo com estudos já realizados anteriormente, a rede hidrográfica do estado do Maranhão é uma das áreas da Região Neotropical com menor quantidade de informação acerca da diversidade e da história biogeográfica da sua ictiofauna. Levantamentos que têm mudado nos últimos tempos, com a publicação de descrições de novas espécies e de uma série de listas, que elevaram o conhecimento atual para um total de 287 classes ocorrentes nos rios do estado.
“Apesar desses estudos terem suprido a falta de informações sobre a diversidade de peixes da região, eles têm falhado em identificar os eventos históricos que foram responsáveis pelos padrões de distribuição dessas espécies”, afirma o pesquisador.
Contudo, Marcelo explica que, com a realização deste novo estudo, espera-se a elucidação de questões taxonômicas sobre a ictiofauna da região e a obtenção de importantes informações sobre os eventos responsáveis pelo padrão de distribuição e diversidade das espécies de peixes na região.
“Assim, a sistemática, ecologia, distribuição e história biogeográfica das espécies de peixes do Maranhão poderão ser conhecidas, divulgadas e trabalhadas para o melhor planejamento do uso comercial e das políticas públicas, além de subsidiar a implementação de medidas de proteção e conservação”, declara.
Outro fator relevante para o desenvolvimento deste projeto, conforme o pesquisador João Marcelo menciona, está na sua interdisciplinaridade, uma vez que diversas áreas de estudo da biologia serão abordadas, como sistemática, ecologia, genética e biogeografia.
O pesquisador resume a relevância do estudo acrescentando que a natureza interdisciplinar do projeto contribuirá para a formação de estudantes qualificados, com visão científica ampla e com capacidade para desenvolver pesquisas em diferentes áreas. Além disso, João Marcelo reforça que a pesquisa contribuirá com as ações de extensão, consideradas extremamente necessárias para transmitir o conhecimento para fora da universidade, como um retorno para a sociedade que é a grande financiadora do desenvolvimento científico.
A pesquisa tem a coordenação geral da professora da Uema, Lígia Tchaicka, com a participação do pesquisador João Marcelo Abreu e do professor Nivaldo Piorski, da Ufma.