Reverendo Amilton será o primeiro a depor na CPI da Pandemia após recesso

As sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 que investiga as ações do Governo Federal no enfrentamento a pandemia, voltam a ser realizadas nesta terça-feira (3), a partir dás 9h, com o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado por representantes da Davati Medical Supply como “intermediador” entre o Governo Federal e as empresas que ofertavam as vacinas. A convocação do religioso atende um pedido do vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O senador lembra que o caso veio à tona pela imprensa ao ser exibido e-mails em que o diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Cruz, autorizava o reverendo a comprar, por meio da ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), 400 milhões de doses de vacinas contra a covid-19.

O depoimento do reverendo Amilton, inicialmente, foi marcado para o dia 14 de julho, mas foi adiado por questões de saúde de Amilton de Paula. Ele apresentou um atestado médico alegando problemas renais, o que foi comprovado pela perícia médica do Senado.  Recuperado, o religioso comparecerá ao Senado munido de um habeas corpus concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, que autorizou o silêncio parcial do depoente, caso ele tenha que responder questionamentos que possam incriminá-lo. Em contraponto, Fux negou o pedido da defesa de Amilton de Paula de não comparecer ou se retirar da sessão.

O colegiado da CPI terá bastante trabalho, por conta do recesso parlamentar, os requerimentos foram se acumulando e agora ultrapassam a marca de 380 pedidos a serem analisados pela comissão. São pedidos de convocações, quebras de sigilos, informações e audiências públicas que devem orientar a atuação da CPI até o dia 5 de novembro, prazo final  prorrogado da comissão de inquérito. Desde o início da investigação, a CPI já aprovou 663 requerimentos. A maioria desses requerimentos pendentes são para ouvir testemunhas.  265 pedidos para ouvir ministros, governadores, prefeitos, secretários, servidores públicos, representantes de empresas privadas, especialistas em saúde e o presidente Jair Bolsonaro.

Reportagem: Weslley Maranhão

2/8/2021