Rio Tocantins: Primeiras análises descartam risco de contaminação após acidente na ponte

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) informou que não há indícios de contaminação das águas do rio Tocantins após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek, que liga os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). O acidente envolveu três caminhões que transportavam defensivos agrícolas e ácido sulfúrico, o que inicialmente gerou preocupação sobre a qualidade da água.

De acordo com a ANA, as análises preliminares indicam que “não houve alterações significativas nos parâmetros básicos de qualidade da água”. O órgão realizou estudos considerando os possíveis impactos dos produtos transportados, que incluíam 25 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, ambos altamente tóxicos.

Simulações de diluição realizadas no local do acidente apontaram que, em relação ao princípio ativo acetomiprido, usado em defensivos agrícolas, “não há risco significativo de descumprimento dos parâmetros de potabilidade definidos pelo Ministério da Saúde”. Além disso, a agência destacou que não há confirmação de que as embalagens desses produtos tenham sido rompidas, já que estavam acondicionadas em pallets protegidos por microfilme.

Quanto ao ácido sulfúrico, análises de pH e condutividade elétrica nas águas do Tocantins indicaram que não houve alterações, o que sugere que não ocorreu vazamento significativo do produto no rio.

A ANA também coletou amostras em cinco pontos diferentes ao longo de 135 km do rio, entre o reservatório da Usina Hidrelétrica Estreito e o município de Imperatriz (MA). Segundo o comunicado, os resultados não apontaram impactos imediatos relacionados ao acidente, mas a agência continuará monitorando a qualidade da água.

Após a divulgação do parecer técnico, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, anunciou a liberação do uso das águas do rio para consumo e abastecimento. “Com base no parecer da ANA, a captação da água para abastecimento de Imperatriz será retomada imediatamente. Seguiremos com novas análises para garantir a segurança integral da população”, afirmou Brandão em uma rede social.

Antes da liberação, autoridades do Maranhão e do Tocantins haviam recomendado que a população evitasse o consumo, o uso e até mesmo banhos nas águas do rio na região do acidente. A situação seguirá sendo monitorada para assegurar a qualidade e a segurança do recurso hídrico.