Esta semana inauguramos mais dois Restaurantes Populares. E, muitas vezes, quem não acessa esse equipamento não consegue dimensionar seu efeito. Há poucos dias, voltando de uma agenda externa, resolvi parar em um desses restaurantes e, muito mais do que almoçar, sentei para ouvir histórias. Em determinado momento, fiquei ao lado de um senhor em situação de rua e pude sentir, bem de perto, o quanto essa política que implantamos é importante e está mudando vidas.

Sim, existe uma mudança silenciosa, mas poderosa, acontecendo no Maranhão. Ela não aparece apenas nos números – embora eles impressionem – aparece principalmente na mesa das famílias, no alívio de quem volta a ter comida garantida no prato, no sorriso de quem recuperou dignidade. Nos últimos anos, retiramos um milhão de maranhenses da linha da pobreza. Um feito histórico que começa, acima de tudo, no reconhecimento de um direito básico: ninguém pode lutar pela vida com fome.

Mas essa transformação não nasceu por acaso. Ela é fruto de uma decisão política clara: enfrentar a pobreza onde ela realmente acontece – na casa das pessoas, na cozinha apertada, no bairro esquecido, na roça distante. Foi dessa consciência – a de que fome não espera e não perdoa – que transformamos um projeto na maior rede de segurança alimentar de toda a América Latina. São 206 Restaurantes Populares abrindo suas portas cedo e servindo comida de verdade, feita com cuidado, com cardápio assinado por nutricionistas. E tudo isso por um valor que cabe no bolso: R$ 0,50 no café da manhã e R$ 1,00 no almoço ou jantar. É por isso que, todo dia, quase 200 mil refeições chegam à mesa de quem mais precisa. É prato cheio, é dignidade, é a garantia de que nenhuma pessoa no Maranhão tenha que viver aquele dilema cruel de escolher entre fazer uma refeição ou pagar uma conta.

E o impacto é real. No ano passado, foram mais de 43 milhões de refeições servidas, reforçando a presença de um Estado que enxerga o povo e se importa com ele. Esta política, somada a tantas outras, fez o nosso índice de insegurança alimentar grave cair de 8,1% para 5%, segundo o Mapa de Combate à Fome, elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Social. É o Maranhão dando exemplo ao Nordeste e ao Brasil.

Mas decidimos ir além. Ao perceber que ainda havia milhares de famílias vivendo em extrema vulnerabilidade – mesmo recebendo o Bolsa Família – lançamos o programa Maranhão Livre da Fome. É uma política robusta, completa, construída com dados e ouvindo as comunidades. O programa, inicialmente, garantia R$ 200 mensais exclusivamente para a compra de alimentos a famílias com crianças de 0 a 6 anos. Há mais R$ 50 extras por filho. Agora, estamos ampliando o valor do cartão para R$ 300, além de acréscimo de R$ 100 por membro da família que seja pessoa com deficiência. Ainda haverá uma parcela única de R$ 200 para quem comprovar conclusão de curso de qualificação profissional. Além disso, todos poderão comprar medicamentos também. Ao todo, 95 mil famílias estão sendo beneficiadas, impactando a vida de aproximadamente 450 mil maranhenses – gente que já viveu o drama da fome e que agora passa a ter segurança de verdade.

O programa inclui ainda qualificação profissional, assistência à saúde, entrega de kits de trabalho e incentivo ao emprego e ao empreendedorismo. É porta aberta, é oportunidade, é autonomia. É tirar a pessoa da pobreza hoje e impedir que ela volte amanhã. Tudo isso se soma a políticas como o Banco de Alimentos, a redução de impostos sobre a cesta básica, o Mais Renda e o Minha Renda, que ajudam a reconstruir trajetórias e movimentar a economia local. Cada ação empurra o Maranhão para cima; mas, principalmente, leva o cidadão junto.

O efeito é visível, concreto, humano. Na fila de um Restaurante Popular, a dona Elizabeth fala com brilho nos olhos sobre como economiza e come bem. A cuidadora Maria Eulina diz que agora sabe que ninguém será deixado para trás. São vozes que confirmam: quando o governo faz sua parte, a vida do povo muda de verdade.

O Maranhão de hoje é um estado que encara os seus desafios, que combate a fome com coragem e planejamento, que constrói uma rede de proteção social que abraça e cuida. É um governo que não governa de longe: governa de perto, ao lado das pessoas, olhando nos olhos de quem mais enfrenta dificuldades.

E é assim, passo a passo, ação por ação, que o Maranhão está virando uma página histórica. Quando o povo é respeitado, a pobreza diminui. Hoje, mais do que nunca, o futuro do Maranhão caminha ao lado de quem mais precisa.

* Governador do Maranhão