Os olhos do mundo, após o início do Conclave, estarão voltados para o telhado da Capela Sistina à espera da tão aguardada fumaça branca, sinal da eleição do sucessor do Papa Francisco.
Francisco morreu no dia 21 de abril, aos 88 anos. Desde então, a Igreja está no período de Sé Vacante, ou seja, sem um papa. A expectativa é que um novo líder seja eleito nesta semana.
O Conclave, na Capela Sistina, inicia na quarta-feira (7) com a participação de 133 cardeais com menos de 80 anos.
O grupo dos 133 eleitores do próximo Papa são de 70 países diferentes. Inclui 52 cardeais europeus, 37 americanos (16 da América do Norte, 4 da América Central, 17 da América do Sul), 23 asiáticos, 17 africanos e 4 da Oceania.
A Itália é o país com maior número de cardeais eleitores, 17 deles, representando 12,6% do total, seguido pelos Estados Unidos, com 10. O Brasil ocupa a terceira colocação com 7 cardeais.
O mais cardeal jovem é Mikola Bychok, de 45 anos, da comunidade greco-católica ucraniana na Austrália; o mais velho é o espanhol Carlos Osoro Sierra, de 79 anos.
Os cardeais com mais experiência de conclave são os cinco eleitores criados por João Paulo II: o francês Philippe Barbarin; o croata Josip Bozanic; o húngaro Péter Erdo; Peter Turkson, do Gana; e o bósnio Vinko Puljic.
Entre os cardeais 80% (108 do total) foram indicados por Francisco e vivem a sua primeira eleição pontifícia; 20 cardeais foram escolhidos por Bento XVI.
Ritual do início do conclave
O ritual de quarta-feira (7) inicia com a Missa Pro Eligendo Pontifice (Missa para a escolha do pontífice) que será presidida pelo cardeal italiano Giovanni Battista, na Basílica de São Pedro.
Às 16h30, os cardeais eleitores entram na Capela Sistina para o juramento e, após o extra omnes, será realizada a primeira votação. A expressão em latim significa “todos fora” e indica que todas as pessoas não envolvidas diretamente no processo de eleição devem deixar a Capela Sistina, antes que a votação comece.
Durante a refeição, os eleitores podem conversar ou recolher-se para meditação. Depois, vão dormir em uma hospedagem atrás da Basílica de São Pedro. Eles ficarão proibidos de se comunicar com o mundo externo – sem telefone, televisão ou internet.
Votação
A chaminé, conectada a duas estufas dentro da Capela, é o ponto de saída da fumaça: a preta, quando a maioria qualificada de dois terços ainda não foi alcançada, e a branca, que confirma a eleição do novo Pontífice.
Estão programadas quatro votações a cada dia, duas pela manhã e duas à tarde e, depois de uma eventual 33ª ou 34ª votação, haverá um segundo turno direto e obrigatório entre os dois cardeais que receberam o maior número de votos na última votação. Mesmo neste caso, porém, será sempre necessária uma maioria de dois terços.
Os dois cardeais ainda na disputa não poderão participar ativamente da votação. Se os votos para um candidato atingirem dois terços dos votantes, a eleição do Pontífice é canonicamente válida.
Todos os votos são feitos em papel e depositados em uma urna. A cada rodada de votação, são necessárias duas sessões pela manhã e duas à tarde. Para que um cardeal seja eleito, é preciso alcançar 2/3 dos votos.