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3/11/2022 - comunicacao

Com a vitória de Lula, quais são as perspectivas para os BRICS?

Reportagem: Michelle Mello / Agência Rádio Brasil de Fato
03/11/2022

A eleição de Luiz Lula da Silva para presidir o Brasil movimentou a diplomacia global. Em menos de 24 horas da divulgação do resultado oficial, Lula recebeu a visita do presidente argentino Alberto Fernández e felicitações de todos os chefes de Estado e de governo da América Latina. Além do reconhecimento regional, os líderes das maiores potências econômicas mundiais também manifestaram sua disposição em trabalhar com o presidente eleito.

O mandatário chinês, Xi Jinping, que também acaba de ser reeleito para assumir um terceiro mandato, disse que a China está pronta “para trabalhar com Lula para fortalecer conjuntamente a parceria estratégica global China-Brasil para um novo nível, de modo a beneficiar os dois países e dois povos”.

O mandatário russo, Vladimir Putin também parabenizou o petista e disse que espera garantir, através de esforços conjuntos, “o desenvolvimento de uma cooperação construtiva russo-brasileira em todas as áreas”, publicou em comunicado na segunda (31).

Com o alinhamento do Brasil, Rússia e China pode abrir-se um novo período de cooperação interna no BRICS, bloco criado em 2009, durante o segundo mandato de Lula, entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Durante a última Cúpula Anual dos BRICS, em junho deste ano, o presidente chinês, Xi Jinping, anunciou um fundo de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) para a cooperação Sul-Sul, prometendo a abertura de um centro tecnológico para avançar nos mecanismos da chamada revolução 4.0 e a abertura de um laboratório, com sede no território chinês, para desenvolvimento de medicamentos de interesse comum do bloco.

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As diretrizes do 14º Plano Quinquenal chinês, que será aplicado até 2025, preveem o financiamento de projetos de economia verde na América Latina, por meio dos seus “Policy banks”, China Development Bank e China Eximbank.

O encarregado de negócios da embaixada chinesa no Brasil também disse que Pequim está disposta a diversificar o comércio, aumentando o valor agregado das importações brasileiras. Desde o boom das commodities, em 2003, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, e responde pela compra de 70% da soja cultivada no país.

“Temos condição de melhorar nossa relação com a China, mas diante da ausência de um projeto político mais claro, diante da diferença de poder bélico, dos investimentos em tecnologia, e da diferença do nível de poder sobre a politica econômica, eu sou cético sobre uma inserção diferente do Brasil no mercado internacional, a não ser que apostemos todas as fichas no desenvolvimento tecnológico”, destaca ao Brasil de Fato o economista Francisco Pessoa.

Para a diretora do BRICS Policy Center da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Ana Saggioro Garcia, dificilmente a China abandonará a importação de commodities, já que o agronegócio brasileiro é o único capaz de produzir alimentos na escala demandada pelo mercado chinês.

“Uma alternativa para a inserção da América Latina nos mercados globais de valor seria o ideal, mas os fluxos de comércio e investimento que a China traz são todos voltados para a indústria extrativa ou para a cadeia do agronegócio”, afirmou.

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As previsões do BRICS Policy Center, indicam que as exportações de proteína animal e grãos da região para a China tendem a aumentar, em função do crescente alargamento da classe média chinesa. O Plano Quinquenal prevê saltar de 400 milhões para 700 milhões de pessoas consideradas de “classe média”.

O economista Francisco Pessoa concorda: “precisamos pensar numa estratégia de inserção autônoma. Não podemos contar com a boa vontade dos nossos parceiros, porque são relações de conveniência. O que realmente norteia a decisão dos importadores chineses por um mercado ou outro vai ser ver quem está vendendo mais barato, por mais que haja uma boa vontade do governo chinês em relação ao Brasil”.

A volta dos governos do PT no Brasil poderia ser o estímulo que faltava para garantir a expansão do bloco. A Argentina já formalizou seu pedido de ingresso e a visita de Fernández a Lula pode apontar esse interesse mútuo.

“A meu ver não há grande mudança do bloco em si, mas a mudança de um governo que dará mais importância estratégica ao BRICS”, destaca Ana Saggioro Garcia.

Relações ambíguas

Apesar das relações tensas do ponto de vista diplomático entre Brasil e China, durante o início do governo de Bolsonaro, o país não perdeu espaço dentro da gestão econômica do bloco, conseguindo nomear o brasileiro Marcos Troyjo para presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco dos BRICS, e manter nove projetos apoiados pela entidade bancária, sendo o país com maior acesso a financiamento.

“É impressionante como Bolsonaro utilizou o banco do BRICS a seu favor sem que houvesse qualquer constrangimento”, comenta a professora Ana Saggioro Garcia. Em 2019, além de nomear Troyjo para a presidência do NBD, o governo brasileiro também garantiu financiamento para a mineradora Vale, no mesmo ano do crime de Brumadinho.

Para a pesquisadora esta seria mais uma evidência de que não se pode afirmar que os BRICS são uma aliança contra-hegemônica.

“A aliança entre China e Rússia dá esse caráter de um BRICS mais geopolítico, o que não é anti-hegemônico, porque a disputa por hegemonia significa que estes países criaram formas de convencimento no aspecto cultural e isso não acontece. O modelo chinês ou o modelo russo não necessariamente conquistam corações e mentes pelo mundo”, destaca.

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No entanto, para a diretora do BRICS Policy Center, uma postura mais altiva do Brasil poderia ser decisiva para colocar fim à guerra na Ucrânia. 

“O ideal é que o conflito cessasse, mas para isso é necessário um mediador. Hoje não há esse mediador de peso em um nível internacional. Ninguém tem essa legitimidade no momento, a ONU não está agindo nesse sentido, e o Brasil de Lula poderia assumir esse papel”, defende Ana Saggioro Garcia.

O grupo, criado em 2009, representa hoje 26% do PIB global, 20% do comércio internacional e concentra cerca de 42% da população mundial. De 2016 para cá, com o golpe sobre Dilma Rousseff, apesar da continuidade das atividades do grupo, alguns projetos foram engavetados, como a criação de uma universidade conjunta.

Durante 2022, foram realizados cerca de 50 encontros para debater áreas como tecnologia, segurança e comércio. Além da Argentina, México, Irã e Nigéria são alguns dos países que já expressaram seu interesse de aderir ao Brics. No entanto, a admissão deve ser por consenso de todos os membros.

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1/11/2022 - comunicacao

Noruega anuncia que vai desbloquear Fundo Amazônia após vitória de Lula

Fundo tem cerca de R$ 2,5 bilhões parados desde o o governo Bolsonaro

Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência do Brasil, a Noruega afirmou nesta segunda-feira (31/10) que irá reativar o Fundo Amazônia, que foi suspenso pelo país em 2019, depois do aumento no desmatamento e de mudanças promovidas no governo do presidente Jair Bolsonaro.

“Tivemos uma colaboração muito boa e próxima com o governo antes de Bolsonaro, e o desmatamento no Brasil caiu muito sob a presidência de Lula. Depois tivemos a colisão frontal com Bolsonaro, cuja abordagem era diametralmente oposta em termos de desmatamento”, explicou o ministro norueguês do Meio Ambiente, Espen Barth Eide.

A Noruega era a maior doadora do fundo, tendo, entre 2008 e 2018, repassado 1,2 bilhão de dólares para a iniciativa, que paga para o Brasil prevenir, monitorar e combater o desmatamento. A Alemanha era o segundo maior doador e também suspendeu os repasses.

Sob o governo de extrema direita de Bolsonaro, o desmatamento na Amazônia cresceu 70%, um nível que Eide descreveu como “escandaloso”. Ele destacou ainda que a Noruega considerou a ênfase dada por Lula à proteção da floresta e dos povos indígenas.

Segundo o ministro norueguês, o fundo tem hoje cerca de R$ 2,5 bilhões não utilizados. Ele anunciou que pretende entrar em contato com a equipe de Lula o mais rapidamente possível para preparar a retomada da cooperação.

Fundo está paralisado desde agosto de 2019

A Noruega suspendeu os repasses à iniciativa em agosto de 2019, após o governo Bolsonaro extinguir unilateralmente dois comitês que eram responsáveis pela gestão do fundo, rompendo o acordo entre os países que definia as regras do projeto. A verba era administrada por uma equipe montada para cumprir essa tarefa dentro do BNDES.

O então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fez na ocasião críticas à gestão do fundo e acusações genéricas de irregularidades em organizações não-governamentais, rechaçadas pela Noruega. Salles também desejava usar parte dos recursos para indenizar proprietários que vivem em áreas incluídas em unidades de conservação da Amazônia, o que hoje não é permitido.

A interrupção dos repasses ocorreu em meio à alta do desmatamento da Amazônia, que o governo norueguês entendeu como falta de interesse de Brasília em conter o desmate ilegal da floresta.

Planos para o futuro do fundo

Se o Fundo Amazônia for retomado, as verbas poderiam ser usadas para restaurar estruturas de governança ambiental enfraquecidas durante o governo Bolsonaro, afirmou Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, que representa 65 organizações não-governamentais ambientalistas do Brasil.

Por exemplo, “o dinheiro deveria ser usado para financiar operações de campo das polícias local e federal para combater crimes ambientais”, como a mineração ilegal e o corte de madeira, disse Astrini.

Em seguindo, as transferências de recursos para o fundo devem voltar a ser vinculadas aos resultados apresentados pelo Brasil no combate ao desmatamento, para funcionarem como incentivo para proteger a Amazônia, afirmou Anders Haug Larsen, chefe de políticas públicas da organização Rainforest Foundation Norway.

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21/10/2022 - comunicacao

Políticas eleitoreiras de Bolsonaro foram insuficientes para barrar queda da economia

A despeito do esforço do governo de Jair Bolsonaro (PL) em produzir efeitos econômicos positivos para a sua campanha, o recuo do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em 1,13%, referente a agosto, desnuda a fragilidade das políticas adotadas. O IBC-Br apresentou a maior queda desde março de 2021, além da expectativa do mercado, que esperava um recuo de 0,60%.

Hoje, as medidas como o aumento no valor do Auxílio Emergencial e a implementação dos benefícios para caminhoneiros e taxistas têm um impacto econômico limitado no setor de serviços, já que não produzem estímulos suficientes para alavancar o desenvolvimento de outros setores produtivos.

Nessa linha, Marco Antônio Rocha, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e especialista em Estudos Industriais, afirma que o recuo era esperado, ainda que nos meses anteriores as taxas tenham sido positivas – 1,17%, em julho, e 0,69%, em junho; mas uma diminuição de 0,34% em abril.

“Os bons resultados apresentados nos últimos meses, ainda que não tenham sido grande coisa, foram motivados pela retomada do setor de serviços. Havia uma demanda represada. Então é normal que houvesse alguma recuperação durante 2022”, afirma Rocha.

No segundo trimestre deste ano, o consumo das famílias aumentou 2,6% em relação ao trimestre anterior. “A alta do consumo das famílias está relacionada à volta do crescimento dos serviços prestados às famílias, em decorrência dos serviços presenciais que estão com a demanda represada na pandemia. Um reflexo disso é o aumento no preço das passagens aéreas, uma consequência do crescimento da demanda”, afirma a coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis.

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Mesmo com os bons resultados, no entanto, Marco Antônio Rocha explica que o setor de serviços não tem capacidade de gerar um ciclo de crescimento econômico sustentável, o que refletiu parcialmente no recuo de agosto. “É um setor de baixa produtividade. Tem pouco encadeamento com as demais atividades produtivas, ao contrário da indústria, que demanda da própria indústria, transporte, setor energético”, diz Rocha.

“Essas medidas são de curto prazo e têm pouca capacidade de promover um ciclo de crescimento econômico no Brasil. Então, apesar da retração ter sido bem significativa, não foi surpreendente.”

Sem políticas de longo prazo

Daniel Conceição, professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente do Instituto de Finanças Funcionais para o Desenvolvimento (IFFD), explica que não é possível gerar um crescimento sustentável apenas com investimentos a curto prazo e no setor de serviços.

Tanto Conceição quanto Rocha destacam a necessidade de gerar estímulos expressivos à industrialização para que esse crescimento seja alcançado. Desde a década de 1990, o Brasil passa por um processo de desindustrialização precoce, quando a malha industrial encolhe antes mesmo de promover o enriquecimento de um país. A partir de então, os governos voltaram a dar foco à exportação de commodities agrárias, como carne e soja, política amplamente realizada na primeira metade do século passado.

“A gente está voltando a ser uma economia muito simples, de exportação primária e de serviços, que é uma receita horrorosa, de dependência eterna do exterior e incapaz de se desenvolver com autonomia”, afirma Conceição.

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O professor afirma que “não há nenhum elemento de estímulo à industrialização e ao fortalecimento da capacidade da economia brasileira de se desenvolver no longo prazo. Todas aquelas políticas que a gente já teve de fomento à indústria foram removidas. Isso significa que a nossa indústria vai ficando cada vez menos competitiva.”

Nesse cenário, é normal que ocorra uma contração dos índices do setor. Dados do IBGE mostram, por exemplo, que a produção industrial caiu 0,6% na passagem de julho para agosto. Comparativamente, o dado representa um recuo de 1,5% do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 17,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

Conceição argumenta que um recuo da atividade econômica era esperado apenas para os próximos meses, dado o cenário internacional de agosto e as políticas do governo Bolsonaro. Se no contexto daquele mês, houve uma retração, “agora a gente vai começar a sentir os efeitos de um cenário externo de uma forma cada vez mais difícil. A gente precisa se preparar, porque esse governo acabou produzindo uma potente tragédia econômica”.

Qual era o cenário de agosto?

O professor da UFRJ afirma que a contração ocorreu “num momento estranho”, já que ainda em agosto houve um aumento de 17,6% da corrente de comércio, que é a soma dos valores exportados e importados, em relação ao mesmo mês do ano passado. O percentual representou US$ 57,5 bilhões, o maior valor registrado em um único mês, segundo dados divulgados em 1º de setembro deste ano pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.

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Somente pelas exportações, houve um crescimento de 8,4% pela mesma comparação, o que significa US$ 30,8 bilhões em exportações neste ano diante US$ 27,2 bilhões do ano passado. “Pelo lado das exportações”, portanto, “ainda não era para gente capturar essa contração em agosto”, afirma Conceição. “As exportações não chegaram a cair naquele mês. Elas tiveram uma queda subsequente, cujo impacto a gente ainda vai ver. O cenário começou a piorar em agosto.”

Perspectivas

Para ambos os professores, as perspectivas para os próximos meses não são as melhores. Apesar das políticas econômicas do governo, o processo inflacionário segue impactando a vida dos mais pobres.

Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, apontam para uma inflação acumulada de 9,54% no ano, de janeiro a setembro, no grupo de alimentação e bebidas. É o maior índice para os nove primeiros meses desde o início do Plano Real, ou seja, em 28 anos.

“Uma forma que esse governo tem usado para combater a inflação é combater o crescimento da demanda, da renda das pessoas, ou seja, é uma estratégia de combater a inflação com empobrecimento da população brasileira”, afirma Conceição.

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“Além disso, o governo conseguiu uma forma super artificial de influenciar o preço dos combustíveis, tanto com a desoneração e depois com negociações com a Petrobras.”

Mesmo assim, os preços dos combustíveis voltaram a subir após 15 semanas de queda, segundo a pesquisa semanal de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Na segunda semana de outubro, o preço médio do litro do combustível foi vendido a R$ 4,86, equivalente a uma alta de 1,4% em relação à semana anterior.

Nesses dois elementos – política de câmbio (que influencia o preço do combustível, já que os valores são construídos a partir do dólar)  e inflacionária –, não houve nenhuma mudança substantiva.

“A gente arrumou outras formas que pioram a vida da população, que é esse arrocho recessivo que o governo tenta fazer pelo lado da política de juros, e uma política que, no limite, tem só um elemento expansionista do lado fiscal, que são as políticas de transferência. Investimentos públicos com bens e serviços públicos continuam congelados, representando uma política de recessão.”

 

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23/06/2022 - comunicacao

Artistas do Maranhão e Pará do dão início às obras do Arte em Cores

Os artistas selecionados para a 2ª edição do projeto Arte em Cores já receberam os materiais para a realização de suas obras em 15 cidades do Pará e do Maranhão. Ao todo, 50 artistas participam desta etapa do projeto, que se dedica à valorização da arte urbana e conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

São 21 artistas do Maranhão e 29 do Pará que, neste ano, receberam um voucher para ser utilizado em lojas parceiras do projeto. Os próprios selecionados escolham os produtos necessários para a confecção de murais e intervenções, a partir de técnicas como grafite, estêncil, pintura e colagem.

“Poder escolher os materiais que vamos usar é positivo, porque já temos em mente o que a arte vai necessitar e os materiais que estamos mais acostumados a trabalhar. Aliado a isso, tem o fato do ambiente onde a obra vai ser produzida. Assim compramos o mais adequado para o lugar onde iremos trabalhar”, comentou a artista Itevalda Silva, de cidade de Arari (MA).

Emilly Kaillany, desenhista de São Pedro d’Água Branca, compartilha de opinião semelhante. “Acho muito legal cada um ter um voucher para poder escolher o necessário para elaborar o trabalho, pois cada artista tem técnicas diferentes e usa materiais diferentes para isso. Tudo isso é uma coisa muito nova para mim e, ao mesmo tempo, uma experiência fantástica. Me sinto muito feliz em fazer parte desse projeto”, contou.

Nesta fase, cada artista selecionado vai fazer uma obra em sua cidade. Os autores dos 10 trabalhos que mais se destacarem, sendo cinco do Maranhão e cinco do Pará, ainda participam da criação de dois grandes painéis coletivos, em eventos abertos, nas cidades de Alto Alegre do Pindaré (MA) e Marabá (PA).

Conectando pela arte
O projeto Arte em Cores chega à sua 2ª edição em 2022, dedicando-se a conectar pessoas e dar visibilidade ao talento e criatividade dos artistas dos estados do Maranhão e Pará. A arte urbana reúne diversas expressões artísticas difundidas nas ruas e seus múltiplos efeitos podem transformar as paisagens das cidades, interferindo diretamente do dia-a-dia das comunidades.
Antes de darem início às obras, todos os artistas inscritos tiveram acesso a quatro vídeo-aulas sobre arte urbana, referências estéticas, técnicas e suportes. Itevalda, que também participou da primeira edição do projeto, comenta também sobre o aperfeiçoamento técnico e o desenvolvimento das habilidades artísticas.

“Eu estou muito feliz de estar também na segunda edição do Arte em Cores. Lá na primeira edição, me senti muito insegura, por nunca ter trabalhado com arte urbana. Mas tive todo o suporte da equipe e consegui aprender muita coisa. Participar da primeira edição me abriu portas e tive experiências que, com certeza, irei colocar em prática agora nesta segunda edição. Estou muito animada”, concluiu Itevalda, que é da cidade de Arari.

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16/06/2022 - comunicacao

‘Arraiá do Povo’ começa nesta quarta-feira com diversas atrações folclóricas

De volta ao formato presencial, o ‘Arraiá do Povo’ 2022 terá as melhores atrações do São João do Maranhão e uma estrutura mais ampla. A festança junina, realizada pela Assembleia Legislativa, sob a coordenação do Grupo de Esposas de Deputados do Maranhão (Gedema), inicia nesta quarta-feira (15) e segue até sábado (18), na Alema, proporcionando ainda mais conforto, acessibilidade e segurança ao público e brincantes.

A estrutura contará com seis barracas para comercialização de comidas típicas, parquinho infantil, uma arquibancada e palco para apresentação dos grupos folclóricos. Este ano, o estacionamento do Multicenter Sebrae, ao lado da Alema, foi disponibilizado ao público geral do arraial. Diferente das edições anteriores, haverá, ainda, um estacionamento exclusivo para pessoas com deficiência, crianças de colo, obesos e com Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de gestantes e lactantes.

‘Arraiá do Povo’ acontecerá de 15 a 18 de junho, com diversificada programação junina

Apresentações

Durante as quatro noites, a diversidade de ritmos e sotaques invadirá o arraial da Casa do Povo. Além disso, o cantor Marcone Gal se apresentará nos intervalos dos grupos folclóricos.

Na abertura, nesta quarta-feira (15), se apresentarão o Boi Novilho Branco, Boi Lendas e Magias, Boi de Axixá e Boi de Maracanã, além de danças típicas apresentadas por alunos da Creche-Escola Sementinha.

Já a Quadrilha ‘Fogueira Viva’, Boi de Sonhos, Companhia Barrica, Boi da Maioba e Boi Brilho da Ilha se apresentam na quinta-feira (16). A festa continua na sexta-feira (17), com Seu Raimundinho e Forró Pé no Chão, Boi de Santa Fé, Cacuriá de Dona Teté e Boi de Upaon Açu, além de Lucas Seabra e Banda.

No encerramento, no sábado (18), participarão a Dança Portuguesa ‘Sonho de Portugal’, o Boi da Madre Deus, Boi Orquestra Mocidade de Pinheiro, Boi de Ribamar, Boi Itapera de Maracanã e o Boi de Morros.

Pela primeira vez, o ‘Arraiá do Povo’ terá também uma programação veiculada, ao vivo, pela Rádio Alema, por meio da frequência da Rádio Senado (96,9 FM). A cobertura pela Rádio acontecerá na primeira noite da festança, durante a abertura do evento, logo após o jornal ‘Assembleia em Foco’.

Já pela TV Assembleia (canal aberto digital 9.2, da MAXX TV, no canal 17, e SKY, no canal 309), YouTube (TVAssembleia Maranhão) e página oficial do Facebook (TV Assembleia Maranhão), os telespectadores poderão acompanhar, ao vivo, a programação completa do arraial.

 

 

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27/05/2022 - comunicacao

Divulgada lista de artistas selecionados no Projeto Arte em Cores no MA e PA

Foram selecionados 50 artistas que participarão da primeira fase do projeto e irão realizar intervenções artísticas em suas cidades

O Arte em Cores, iniciativa que conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale via Lei Federal de Incentivo à Cultura, divulga os nomes dos 50 artistas selecionados para a 2ª edição do projeto. Um júri especializado escolheu 21 do Maranhão e 29 candidatos do Pará para a fase de produção de obras individuais. Além dos selecionados, o projeto divulga também uma lista com os artistas suplentes. A seleção se baseou em quatro critérios: relevância artística, criatividade, localização da obra e originalidade da obra proposta pelo candidato.

Os artistas maranhenses selecionados para a segunda edição do Arte em Cores são: Hélio Victor Barbosa da Silva, Itevalda Machado da Silva, Jocei Jardim Ribeiro e Thais Morais Pereira (Arari); Daniel Souza de Almeida (Igarapé do Meio); Maria Divina Silva de Souza (Mary Dy) e Ohrion T. Costa Pereira (Órion111) (Santa Inês); Juliana da Silva Nunes (Juliy), Laís Carolinne de Souza Coelho, Miguel Souza Neto e Sandro Queiroz Carvalho (Pindaré-Mirim); João dos Santos Costa (João Arte) e Vitória Amorim Cavalcante (Alto Alegre do Pindaré); Ana Carolina Ferreira Queiroz, Francisco Felix da Silva Souza (Felix), Leane de Souza da Silva (Lea Pac), Paulo Rodrigo Ferreira da Silva, Shayenne Carmem Souza Dias, Tássia Jordânia Santos Silva e Walison Melo Teixeira (Açailândia) e Emilly Kailany de M. Silva Leão (São Pedro da Água Branca).

Nesta primeira etapa do projeto, todos os inscritos terão acesso a uma oficina com quatro vídeo-aulas sobre arte urbana, referências estéticas, técnicas e suportes. Em seguida, os artistas selecionados iniciam a etapa de criação de murais e intervenções a partir de técnicas como grafite, estêncil, pintura e colagem. Para a realização das obras, eles receberão uma ajuda de custo para a compra de material.

Ao todo, serão feitas 50 obras espalhadas pelos municípios contemplados. Destes trabalhos, 10 serão escolhidos pelo júri, sendo cinco do Maranhão e cinco do Pará. Os selecionados nesta etapa participarão, durante quatro dias, da criação coletiva de dois grandes painéis artísticos, em eventos abertos nas cidades de Alto Alegre do Pindaré (MA) e Marabá (PA).

Arte em Cores
O projeto Arte em Cores se dedica à valorização da arte urbana, de cunho popular, produzida intencionalmente para interferir em espaços externos da cidade e sobre o mobiliário urbano. A arte urbana reúne diversas expressões artísticas difundidas nas ruas, como grafite, estêncil, colagem, entre outras. Seus múltiplos efeitos podem transformar a vida de pessoas e de comunidades inteiras, redesenhar o semblante das cidades, desenvolver habilidades e talentos e promover a inclusão social. Na 1ª edição, realizada em 2020, o projeto recebeu 130 inscrições e ofertou também atividades de capacitação. Todas as obras produzidas podem ser vistas no site do projeto arteemcores.art.br. Nesta 2ª edição do projeto, serão destinados mais de R$ 120 mil, distribuídos entre prêmios e ajuda de custo para a realização das obras e participação no Arte em Cores.

Serviço
Lista dos artistas selecionados: https://bit.ly/AEM_Selecionados
Contato para imprensa:
Mieko Wada | 98 98804 5356 | miekowada@yahoo.com.br

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26/05/2022 - comunicacao

Quarta dose da vacina contra a Covid: quem já pode tomar?

Reportagem: Murilo Pajola / Rádio Brasil de Fato
26/05/2022

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28/04/2022 - comunicacao

Saque de R$ 1 mil do FGTS está liberado para nascidos em janeiro; confira o calendário completo

Trabalhadores nascidos em janeiro já podem sacar até R$ 1 mil das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O benefício, um direito do trabalhador com carteira assinada, será depositado na Conta Poupança Social Digital da Caixa Econômica Federal, já utilizada normalmente para o pagamento de benefícios sociais e previdenciários.

Inicialmente, a partir do momento em que Caixa realizar o crédito na conta poupança digital, os valores poderão ser movimentados por meio do aplicativo Caixa Tem, que permite o pagamento de boletos ou de compras em farmácias, lojas e supermercados por meio de um cartão virtual.

Caso os dados do beneficiário estejam incompletos, a conta poupança digital não poderá ser aberta automaticamente pelo banco e o crédito não será realizado. Nesses casos, é necessário solicitar o saque dos recursos.

Saque do FGTS

O processo para fazer o saque pode ser feito totalmente online. Para isso, basta entrar no aplicativo do FGTS, que está disponível para smartphones e tablets, e inserir os dados informados.

O trabalhador deverá clicar em “Solicitar saque” e depois em “Confirmar” para autorizar a abertura de conta poupança social da Caixa. Aparecerá, então, a seguinte mensagem: “A Caixa irá processar a solicitação e caso esteja tudo certo, o valor será creditado em sua conta”.

Para aqueles que aceitarem fornecer a foto de um documento oficial para cadastrar a biometria poderão receber o crédito em conta corrente ou poupança de qualquer banco. O dinheiro será liberado de acordo com o mês de nascimento do trabalhador, com início em 20 de abril para os nascidos em janeiro e término em 15 de junho para os aniversariantes de dezembro.

Caso os valores não sejam retirados, gastos ou transferidos até 15 de dezembro, voltarão para a conta do FGTS vinculada ao trabalhador.

O acesso aos valores das contas do fundo geralmente só pode ser feito em situações específicas como demissão sem justa causa, compra da casa própria ou aposentadoria. O governo federal, no entanto, publicou uma Medida Provisória liberando o saque extraordinário.

A consulta ao saque pode ser feita por meio do site e aplicativo do FGTS e nas agências da Caixa Econômica Federal.

Pelo site, é possível saber se o trabalhador tem direito ao saque, a data em que o dinheiro será creditado na conta poupança digital. Nesta opção, é necessário informar o Número de Identificação Social (NIS) e utilizar a senha cadastrada pelo trabalhador. Ainda é possível utilizar a Senha Cidadão.

Já pelo aplicativo e nas agências da Caixa, o trabalhador pode acessar o valor a ser creditado, a data do crédito, solicitar o retorno dos valores à conta FGTS e alterar o cadastro para a criação da Conta Poupança Social Digital.

Segundo a Caixa, cerca de R$ 30 bilhões serão liberados para aproximadamente 42 milhões de trabalhadores.

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Campanha de Vacinação Antirrábica Animal 2025 inicia do próximo sábado (30)

Com o tema “Cuidar de Todos é Cuidar da Saúde Animal – Uma Só Saúde, Um Só Cuidado”, o Governo do Maranhão inicia, no sábado (30), a Campanha Estadual de Vacinação Antirrábica Animal 2025.

A campanha oferece vacinação antirrábica e consultas para cães e gatos, além do encoleiramento e testes rápidos de leishmaniose (calazar) para cães.

A abertura acontece durante ação especial, que será realizada das 8h às 16h, no Centro Educa Mais São José de Ribamar (Rua Olho d’Água, s/nº, bairro: Vieira).

As vacinas são de dose única e têm como público-alvo cães e gatos com idade mínima de 3 meses. Os animais devem ser vacinados anualmente.

A campanha estadual inicia na segunda-feira (1º) e prossegue até o dia 30 de setembro deste ano. Neste período acontece o Dia D de Mobilização (28 de setembro), quando se celebra o Dia Mundial de Luta Contra a Raiva.

 

Atendimentos 2022 a 2025

Com o Cuidar de Todos Saúde Animal, a Secretaria de Estado da Saúde já realizou 24.506 atendimentos, entre 2022 e 2025, sendo 3.301 este ano.

Entre 2019 e 2024, foram confirmados casos da doença em várias espécies no Maranhão, incluindo um caso humano relacionado a animal silvestre.

 

Ações

Para garantir o sucesso da campanha, o Governo do Maranhão adotará um conjunto de ações integradas.

Estão previstas capacitações virtuais para gestores e equipes municipais, abordando manejo de insumos, técnicas de aplicação, biossegurança, registro e comunicação.

Será realizado um Seminário Estadual em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a Raiva, reunindo especialistas e parceiros para discutir estratégias de controle e reforçar o conceito de “Uma Só Saúde”.

 

Municípios

Aos municípios, o Governo do Maranhão recomenda a realização de palestras, rodas de conversa, oficinas educativas, distribuição de materiais informativos e parcerias com escolas, ONGs e universidades.

Os municípios, também, são orientados a intensificar a vacinação por meio de postos fixos e equipes volantes em áreas urbanas, mutirões em zonas rurais e periurbanas.

A orientação é que as prefeituras façam buscas ativas, com vacinação casa a casa, principalmente em locais com baixa cobertura, sempre acompanhada de ações educativas e de mobilização social.

 

O que é raiva?

A raiva é uma zoonose de alta letalidade e um dos principais desafios de saúde pública no Brasil e no mundo.

É uma doença viral grave, incurável e quase sempre fatal, que afeta o sistema nervoso de mamíferos, incluindo cães, gatos, morcegos, bovinos e humanos, sendo transmitida principalmente pela mordida, arranhadura ou lambida de animais infectados.

O vírus migra para o cérebro e glândulas salivares, causando problemas neurológicos. A prevenção é feita pela vacinação de animais e humanos, e a doença deve ser tratada como uma emergência de saúde pública.

 

 

 

 

Ancelotti investe em novos jogadores em convocação da Seleção Brasileira

A Seleção Brasileira Masculina de Futebol, já classificada para Copa do Mundo de 2026, no Canadá, México e Estados Unidos, entrará em campo repleta de novidades nos dois últimos jogos das Eliminatórias (17ª e 18ª rodadas).

O técnico Carlo Ancelotti anunciou, na tarde desta segunda-feira (25), na sede da CBF no Rio de Janeiro, a lista dos 25 convocados, e 10 deles ganharam a primeira chance na de treinar sob comando do italiano.

Entre as novidades estão os meio-campistas Lucas Paquetá (West Ham) e Joelinton (Newcastle) e os atacantes João Pedro (Chelsea, Kaio Jorge (Cruzeiro) e Luiz Henrique (Zenit). Além de Kaio, artilheiro do Brasileirão (15 gols), apenas outros três atuam no futebol nacional: o goleiro Hugo Souza (Corinthians), o lateral-esquerdo Alex Sandro (Flamengo) e o zagueiro Fabrício Bruno (Cruzeiro).

Falando em Português, o técnico italiano Carlo Ancelotti explicou a ausência da convocação do jogador Neymar, do Santos. “Neymar teve um problema físico na última semana”, justificou.

 

Jogos das Eliminatória da Copa do Mundo 2026

A Seleção Brasileira fecha a participação nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 com os jogos contra Chile e Bolívia.

A primeira partida, contra o Chile, será diante da torcida, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, o palco mais tradicional do futebol brasileiro, no dia 4 de setembro, às 21h30.

A última rodada será no dia 9 de setembro, no Estádio Municipal de El Alto, localizado na cidade de El Alto, no departamento de La Paz, a capital da Bolívia.

 

Convocados

 

Goleiros

Alisson (Liverpool)

Bento (Al-Nassr)

Hugo Souza (Corinthians)

 

Defensores

Alexsandro (Lille)

Alex Sandro (Flamengo)

Caio Henrique (Monaco)

Douglas Santos (Zenit)

Fabrício Bruno (Cruzeiro)

Gabriel Magalhães (Arsenal)

Marquinhos (Paris Saint-Germain)

Vanderson (Monaco)

Wesley (Roma)

 

Meio-campistas

Andrey Santos (Chelsea)

Bruno Guimarães (Newcastle)

Casemiro (Manchester United)

Joelinton (Newcastle)

Lucas Paquetá (West Ham)

 

Atacantes

Estevão (Chelsea)

Gabriel Martinelli (Arsenal)

João Pedro (Chelsea)

Kaio Jorge (Cruzeiro)

Luiz Henrique (Zenit)

Matheus Cunha (Manchester United)

Raphinha (Barcelona)

Richarlison (Tottenham)

Jovens negros são as principais vítimas de morte por violência no Brasil

Enquanto homens jovens são os que mais morrem, as mulheres jovens são as principais vítimas de agressões. Isso é o que aponta o “1º Informe epidemiológico sobre a situação de saúde da juventude brasileira: violências e acidentes”, realizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma instituição vinculada ao Ministério da Saúde.

O estudo da Fiocruz ainda revelou que, na juventude, a desigualdade racial é mais acentuada: jovens negros representam 73% dos óbitos por causas externas na juventude (o que totalizou 61.346 mortes em 2022/2023).

As causas externas são situações como violência e acidentes.

 

Negros e jovens pessoas com deficiência sofrem mais

Os jovens pretos e pardos representam mais da metade (54,1%) das vítimas jovens notificadas com vítimas de violência. O risco de morte por causas externas entre jovens homens negros chega a 227,5 para cada 100 mil habitantes. Este índice é 22% maior do que a taxa do conjunto da população jovem (185,5), e mais do que 90% maior que a taxa de mortalidade de jovens homens brancos e amarelos.

A diferença é ainda mais acentuada nos mais jovens, entre 15 a 19 anos. As taxas de mortalidade por causas externas para negros (161,8 óbitos para cada 100 mil habitantes) e indígenas (160,7) são praticamente o dobro das taxas para brancos (78,3) e amarelos (80,8).

Os jovens/pessoas com deficiência foram 20,5% das notificações de violências no SUS. Na população geral, as vítimas com deficiência representam 17,6% do total. Os tipos de deficiências mais vitimadas foram relacionados à saúde mental: transtorno mental e de comportamento e deficiência intelectual.

“O direito à vida tem sido uma bandeira dos movimentos juvenis contemporâneos, exatamente pelo fato de que a juventude tem sido o segmento bastante afetado pela violência letal”, afirma o coordenador da Agenda Jovem Fiocruz, André Sobrinho. “É preciso seguir apontando os dados alarmantes e, mais que isso, afetar as causas que têm a ver em como a sociedade vê os jovens e a ausência de políticas públicas que garantam a proteção dessa população”.

 

Pessoas com deficiência

Além disso, a pesquisa apontou que jovens pessoas com deficiência (PCDs) constituem um quinto das notificações de violências no Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Pesquisa

O levantamento é o primeiro de um ciclo de informes epidemiológicos sobre a situação de saúde das juventudes que os pesquisadores da Agenda Jovem Fiocruz (AJF) e da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) planejam lançar em 2025. Foram usadas as bases de dados do SUS e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022 e 2023.

“É extremamente necessário trazer dados e reflexões sobre como a violência se apresenta de maneira distinta em relação à idade, gênero, raça e localização geográfica. Isto ajuda a compreender como agressões e acidentes são associados às condições de vida e trabalho das juventudes brasileiras”, destaca a pesquisadora da EPSJV/Fiocruz, Bianca Leandro.

A morte violenta atinge mais os jovens do sexo masculino, cuja taxa de mortalidade é oito vezes maior do que a das mulheres jovens. Homens entre 20 e 24 anos são os mais atingidos, com 390 óbitos para cada 100 mil habitantes. Entretanto, as maiores vítimas das violências notificadas pelo SUS são as mulheres, tanto em termos proporcionais como na taxa de incidência, em todas as Unidades da Federação (UFs), especialmente entre as mais jovens, de 15 a 19 anos. Entre as UFs, o Distrito Federal e o Espírito Santo apresentam taxas de um caso para cada cem habitantes (1.022 no DF e 993 no ES).

 

Sexismo

Dentre as causas, o sexismo aparece como a motivação mais frequente da violência contra jovens nas notificações do SUS, correspondendo a 23,7% dos casos. Essa motivação é mais frequente nas violências sofridas por jovens entre 25 e 29 anos.

As mulheres também sofrem violências fatais mais diversificadas. Agressões por arma de fogo e objetos penetrantes/cortantes são as principais causas de morte violenta entre jovens. Porém, entre as causas de óbito de mulheres jovens também se destacam a morte por enforcamento, estrangulamento e sufocação.

As mulheres são mais assassinadas dentro de casa (34,5% das ocorrências, contra 9,6% dos homens), enquanto para os homens jovens o maior risco ocorre nas ruas (57,6%).